Professor, desembargador, escritor, poeta, nascido em Couto Magalhães, também, chamado Porto Franco, na beira do Araguaia, em frente a Conceição do Araguaia, antes Goiás, hoje Tocantins, em 19 de abril de 1920, filho de Pedro Antunes de Souza (Bahia) e de Inezínia Antunes Pimentel (Maranhão), sua primeira professora e a responsável por apresentar a ele, os escritores. Casou-se com Eva Balbino Guimarães Neto, já falecida, pais de Regina Beatriz Guimarães Neto; Ivan Sérgio Guimarães Neto, Fábio César Guimarães Neto e Augusto Vagner Guimarães Neto.
Chegou a Mato Grosso aos nove anos de idade, cursando o primário em Guiratinga-MT. Em seguida estudou no Colégio São Gonçalo, em Cuiabá, e fez faculdade de Direito no Rio de Janeiro, no período 1944/1948, onde foi orador da sua turma, cuja cerimônia aconteceu no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, “ eu brilhei do início ao fim do curso, por isso fui escolhido orador”, lembra João Antônio.
Em Cuiabá foi professor titular-fundador da Universidade Federal de Mato Grosso-UFMT, tendo lecionado Direito Civil, Direito Processual, Filosofia do Direito, entre outros cursos, também na Universidade de Cuiabá – UNIC, e na Escola Superior de Magistratura do Estado de Mato Grosso, da qual foi fundador e diretor, sobrando ainda tempo para advogar em diversas cidades de Mato Grosso e para exercer inúmeras funções políticas, como procurador fiscal do Estado de Mato Grosso, consultor geral do mesmo Estado.
Foi o primeiro Juiz de Direito de Rondonópolis e fundador da Comarca da cidade, além de ter atuado em diversas comarcas do Estado, Desembargador do Tribunal de Justiça, vice-presidente do Tribunal de Justiça, juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso e outros inumeráveis. Participou da 97ª gestão do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, assumindo a presidência em 16 de fevereiro de 1970.
Literato, é membro do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso-IHGMT, Academia Mato-Grossense de Letras-AML, União Brasileira de Direito Criminal, Academia de Letras Maçônicas MT, Academia de Direito e Ciências Políticas, dentre outras instituições. Fundou a revista cultural Canga, em 1951, um veículo que marcou época.
Dentre seus trabalhos publicados temos: Vozes do coração (1941); Três gerações (1949); Poliedro (1970); Remanso (1982); Silhuetas (1988), dentre outras obras inéditas e que virão a lume no momento oportuno, a exemplo do Dicionário Biobibliográfico de Juristas Brasileiros, certamente uma grande contribuição à historiografia nacional; História do Poder Judiciário de MT (1985), inserido no campo das obras científicas obrigatórias para o estudo da história de Mato Grosso, principalmente à compreensão do período colonial, conforme a Historiadora Regina Beatriz Guimarães Neto.
A historiadora, também, registrou que: “ Mas poderíamos esperar menos do talento de João Antônio Neto? Decididamente não. Homem da Poesia, pertencente a Academia Mato-grossense de Letras, escritor de primeira linha (também contos belíssimos), ensaísta, crítico e historiador da literatura mato-grossense, professor de Direito, aclamado por sua erudição e conhecimento do assunto, e que conseguiu ao longo da sua carreira na magistratura, de juiz a desembargador, acumular experiências, informações, pesquisas sobre a organização do judiciário em Mato Grosso, desde os seus primórdios”.
Sua principal diversão, até hoje é ler e, isso vem desde a sua mocidade, quase uma meninice, como ele gosta de dizer.
Dr. João Antônio Neto! Viver um século de vida é pertencer à História do mundo de uma forma mais profunda, autêntica e rara. É uma mágica de 100 anos de existência que muitos gostariam de alcançar, vivenciar, comemorar. Que a sua história de vida seja exemplo para muitos. Feliz aniversário!