No dia 13 de março de 2021 um pequeno grupo incursionou por vários lugares emblemáticos da Cuiabá antiga, aprendendo sobre história, cultura e modos de ser e estar em Cuiabá.

Reconstituir os passos de que vivenciaram uma Cuiabá de outrora e assim, enxergá-la de uma perspectiva jamais imaginada. Essa é a proposta de pesquisadores do projeto “Cribiás 300+” a um grupo de crianças que teve um roteiro poético pelo Centro Histórico.

Elas sairam da Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, munidas de uma lupa, máquina fotográfica e um vidrinho como aqueles usados pelas crianças que colecionavam ouro do córrego da Prainha, nestes, elas metaforicamente vão guardando as memórias dos lugares.

O ponto de partida do roteiro foi um marco importante. No passado, pepitas de ouro brotavam da terra e a criançada podia pegá-las na mão. Então, nessa brincadeira atual, o ouro é outro: é assim que se tornam, colecionadoras de memórias.

Esta é a terceira parte do projeto que visa defender a metodologia participativa como importante aliada no contexto da Educação Patrimonial. Essa experiência, - assim como relatos dos pequenos, fotografias e registros em vídeo colhidos na oficina-piloto -, vai compor as páginas do livro “Cribiás 300+: Por uma educação patrimonial toda nossa”.

Quem as conduz por esse passeio é Bugrinho, personagem que representa o poeta Silva Freire. Quando criança, morou em uma casa no entorno da Praça da Mandioca. Durante todo o percurso, quem assume o papel de Bugrinho é Jeysson Ricardo, que integra o grupo de pesquisadores.

“Lá embaixo, onde hoje passam carros, havia o Córrego da Prainha, mas agora ele virou esgoto e passa por baixo da área central que divide as duas pistas de carro. Mas bem antigamente, quando era um córrego límpido a céu aberto, sabem o que acontecia quando chovia? Pepitas de ouro brotavam da terra”, dirá ele às crianças já no começo dessa viagem fantástica pelo Centro Histórico.

De acordo com a professora doutora Daniela Freire Andrade, proponente do projeto aprovado pela Lei Aldir Blanc, as crianças vão conhecer a história de vários locais da cidade e também, quem morou nestes lugares, como o Museu da Imagem e Som de Cuiabá, Casa Barão, Escadaria do Beco Alto e o prédio do Iphan, um excelente exemplo de como eram as antigas casas cuiabanas.

“O diálogo começa sempre com uma informação relevante para elas e então, a história é introduzida. Por exemplo, quando chegam à Residência dos Governadores, a primeira coisa que ficam sabendo é que ali está foi construída a primeira piscina da cidade mas também descobrem que ali, foram tomadas importantes decisões políticas para nosso Estado”.

Já na Mandioca, por exemplo, Bugrinho falou que era um local onde ele soltava muitas pipas com seus amigos, Os Meninos de São Benedito, mas que não foi sempre assim, já que muitos anos antes, escravos foram torturados naquele local.

 “Personagens importantes da nossa cultura também foram apresentados para o diálogo com as crianças, como a poetisa Luciene Carvalho, interpretada por Naiana, outra pesquisadora do grupo, que as esperou na Casa Barão, a sede da Academia Mato-Grossense de Letras. Já na Catedral, elas encontraram Zé Boloflô, representado por Mateus Elias, quando então conheceram a história da Catedral e sua demolição”.  

Pesquisa

Os responsáveis por pensar todo o projeto integram o Grupo de Pesquisa em Psicologia da Infância da Universidade Federal de Mato Grosso, em conjunto com o coletivo Cribiás. Desde 2010 eles se debruçam sobre o estudo de metodologias de educação patrimonial com crianças.

Na primeira fase se dedicaram a debater os princípios sobre o desenvolvimento infantil como processo cultural, articulado com os estudos sobre memória social e produção de identidades sociais. Já na segunda, que também baseará o conteúdo do livro, objetiva relatar a experiência do projeto Cribiás, crianças sabidas, definido como um projeto cultural para a infância de Cuiabá e por fim, vem a fase 3, a oficina-piloto.

Ao longo dos anos, atividades diversas têm sido desenvolvidas com crianças de escolas públicas e particulares e agora, essa nova experiência arremata o conteúdo do livro.

O secretário de Estado de Cultura, Esportes e Lazer, Beto Machado diz que é bastante animador ver os frutos do edital, que nesse caso, estimula novas ações do grupo de pesquisa.

“O edital vem fortalecer essa jornada pelo conhecimento, contribuindo com os estudos acadêmicos e apresentando novas possibilidades para ações de políticas públicas neste segmento. Quando a criança é envolvida de maneira lúdica, ela aprende muito mais. Ao vivenciar essa experiência, passará a olhar a cidade de um outro jeito, valorizando ainda mais sua cultura”.

O livro – que relata as três etapas de pesquisa - será lançado em abril, nos formatos impresso e digital. O projeto Cribiás 300+ foi selecionado no edital MT Nascentes, realizado pelo Governo de Mato Grosso via Secretaria de Cultura, Esportes e Lazer (Secel-MT) em parceria com o Governo Federal via Secretaria Nacional de Cultura do Ministério do Turismo. 

Yasmin Nadaf defende a regulamentação da Lei Hermes de Abreu, à literatura local na UFMT e valorização dos novos autores.

DC Ilustrado - Cuiabá - Quarta-feira, 01 de novembro de 1995.

Vídeo do lançamento dos livros de poesias “Crisálidas”, de Franklin Cassiano da Silva, e “Grupiaras”, de Ulisses Cuiabano, ocorrido no dia 01/05/2021.

Econtra-se em fase de editoração (ilustração e diagramação) o livro “A Chalana de Nhô É”, o primeiro infantil de autoria da presidente da Academia Mato-Grossense de Letras, Sueli Batista. A obra foi aprovada pela Lei Aldir Blanc, através da Secretária Municipal de Cultura, analisada pelo Conselho Municipal de Política Cultural. O lançamento está programado para o dia 17 de abril, quando terá como atração, o espetáculo nacional, com o cantor Carlos Navas, “Algumas Canções da Arca”, já visto por mais de 250 mi pessoas no país.

O livro “A Chalana de Nhô É” é voltado ao gênero literatura infantil, que é um importante recurso didático, e fonte enriquecedora de conhecimento de informação, para a criança. Através de um método fascinante e lúdico a criança pode se enveredar pela leitura, favorecendo o se desenvolvimento cognitivo, intelectual, emocional e social.

Na obra o ponto de partida é a história de um menino que ao nascer ganhou o nome de É, e que somente percebeu que tinha o menor nome do mundo, quando foi para a escola. Superou, por ser diferente, uma espécie de bulling ao ser empoderado, de certa forma, pela professora que lhe deu uma espécie de patrocínio positivo, que ele levou para o resto de sua vida. O livro ilustrado por Célio Maximiano, tem uma parte especial, a cada contextualização, que é de poesias para serem declamadas, através de um convite dos personagens de cada etapa. Sueli pretende contribuir de forma significativa para o desenvolvimento intelectual dos pequenos leitores, dando para a criança informações sobre vários aspectos do cotidiano, ao mesmo tempo em que se mescla realidade e fantasia. Chalana e Arca em combinação Aliás, no lançamento de “A Chalana de Nho É”, Sueli Batista traz para a Casa Barão, um evento infantil primoroso, no qual o bom-gosto e a fantasia são suas marcas registradas.

O artista Carlos Navas, em “Algumas Canções da Arca”, convida o público para um passeio lúdico pela obra consagrada de Viníus de Moraes e Toquinho, que na década de 80 fez grande sucesso. Na voz de Navas o espetáculo já percorreu por diversas cidades do país, sempre aclamado pela crítica. Ele também gravou outro CD para crianças, o “Cançoes de Faz de Conta”, que conta com participações especiais da saudosa atriz Bibi Ferreira, e da cantora Vânia Bastos. Navas tem mais de 10 CDs e DVD gravados. Tem uma parceria com Sueli Batista, cantando no CD Pássaro Passará, musicado por Alzira Espíndola e Lucina a partir das poesias do seu livro do mesmo nome.

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