Um novo capítulo da história de Neila Barreto começa a ser escrito. A Mestre em história e jornalista foi eleita para a Academia Mato-Grossense de Letras-AML.

neila barreto 01 Neila Barreto, jornalista e mestre em história ocupará a cadeira 19 na AML | Creditos: Divulgação

Significativa produção editorial, educação superior, expertise profissional, determinação, competência, motivação e incentivo da família para que não desistisse, contribuíram para a condução de Neila Maria de Souza Barreto a uma das mais almejadas conquistas, ser “imortal” da Academia Mato-Grossense de Letras-AML, instituição que em 2021 comemora seu centenário. Ela foi a mais votada na eleição ocorrida na manhã de dia 31 de agosto, para a Cadeira 19, que já foram ocupadas por Vera Iolanda Randazzo (última) e José Barnabé de Mesquita (primeiro). Ela concorreu com André Araújo Molina, pós-Doutorando em Direito do Trabalho junto à Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

couto magalhaes

Escritor mineiro, folclorista, José Vieira Couto de Magalhães nasceu em Diamantina, Minas Gerais, no dia primeiro de novembro de 1837, e faleceu no Rio de Janeiro no dia 14 de setembro de 1898. Seus restos mortais estão sepultados no Cemitério da Consolação, em São Paulo.

No olhar de José de Mesquita, ocupante inaugural da Cadeira 19 da Academia Mato-grossense de Letras, o Dr. José Vieira Couto de Magalhães, descendeu de Fernão Magalhães, o heroico, navegador lusitano, de quem disse Camões haver sido “no feito, com verdade Português”. Filho do capitão Antônio Carlos Magalhães e Tereza Antônia do Prado Vieira Couto.

O mundo é grande pra nós tudo. Cada um
recorda na cabeça o que vem, o que pode
falar pro outro. O sujeito pega, fica com ele
ali. Pode contar.
(anônimo, apud, Maria Francelina Ibrahim
Drummond, in, Do Falar Cuiabano).


Os fatos quando registrados não sucumbem sob a névoa do esquecimento.

De modo que, olhos, mente e ouvidos são como um relicário a guardar o tempo e os fatos nele vividos, de maneira a perpetuá-los, pela oralidade e pela escrita, para que possam ser transmitidos às gerações futuras.

Lugar e tempo compõem, com os fatos, aquilo que chamamos de história.

Portanto, é a história desse lugar chamado Cuiabá e desse tempo de trezentos anos de sua existência que, de maneira fragmentária, buscarei rememorar.

Transcorria o século 17. A busca do ouro fazia com que bandeirantes paulistas adentrassem a vasta hinterlândia brasileira. Destarte, no transcurso das décadas de 1670 a 1680, o bandeirante Manoel de Campos Bicudo, na confluência dos rios Coxipó e Cuiabá, fundou um pequeno povoado, ao qual deu o nome de São Gonçalo.

Mais tarde, atraídos pela notícia da existência de grande população indígena (coxiponés, guaicurus, bororos e os destemidos paiaguás), a bandeira paulista comandada
por Pascoal Moreira Cabral, aportou ao local visando a captura de indígenas a fim de submetê-los a mão de obra escrava e, principalmente, a busca do ouro. Tendo ele, a fim de garantir o domínio da capitania de São Paulo, em 8 de abril de 1719, lavrado e assinado a Ata de fundação de Cuiabá, a princípio com o nome de Arraial de Nossa Senhora da Penha de França, mais comumente chamado de Arraial da Forquilha. Posteriormente, em 1722, outro bandeirante, Miguel Sutil, descobriu quantidade ainda maior de ouro às margens do córrego da Prainha, no entorno da colina do Rosário, denominando-a Lavras do Sutil, o que acarretou intenso fluxo de pessoas à região. Isso durou cerca de uma década.

No início de 1727, foi o Arraial elevado a Vila, com o nome de Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá. Tendo sido a Vila elevada à condição de cidade em 1818, tornando-se capital da província de Mato Grosso em 1835.

Continua...

 

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Nessa edição do "Leitura em dia", apresentamos a obra "Páginas do passado", escrita por Yasmin Nadaf.

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